Histórias de um compositor compulsivo.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Meu primeiro instrumento musical.

Não foi um violão. Se enganou quem acha que foi piano ou flauta. Quem arriscou bateria, chegou um pouquinho mais perto mas, mesmo assim, está a léguas de distância (milhas é mais chique?). Meu primeiro instrumento musical foi..... um sofá. Nada de muito estranho. Hermeto usa bichos e outros troços, por que eu não poderia tirar sons dos sofás da sala de minha mãe? A coisa toda tinha uma lógica sonora. A caixa era o braço das poltronas, o prato era um estribo português de metal (nunca mais vi uma peça dessas), os tons eram o encosto e o bumbo, bom, o bumbo estava na minha cabeça. Era colocar os discos de vinil de minha mãe (os do pai não davam, era de Agnaldo Timóteo à harpa de Luis Bordon, a maioria em 78 rotações por minuto) e dá-lhe pancada. Amada Amante, do Roberto Carlos era o ponto alto: depois da introdução feita em teclado, a entrada triunfal da bateria. Não ficou um sofá inteiro. Todos furados de fazer vergonha, mas isso era uma coisa que eu não tinha na época. Qual o problema se minha música abrisse um ou dois buracos nas velhas poltronas de nossa casa em Carmo da Mata? A paixão pelo instrumento era tanta que me fizeram uma promessa: "Quando você fizer 14 anos, vai ganhar uma bateria." O tempo passou, chegaram os 14 anos. A bateria, essa não chegou.

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